Palpites alheios

Parece vir no pacote da maternidade os palpites alheios, juro que eu dispenso de coração. A gente sabe que a chegada de uma criança move toda a família, que mesmo os conhecidos, e até os desconhecidos, se encantam com aquele novo serzinho, mas é preciso compreender que agora é a vez destes novos pais. Não importa quantos filhos maravilhosos a bisa e a avó criaram, deixem os novatos aprenderem com seus erros se necessário. Não importa o quanto aquela tia gostaria de ser mãe ou aquele tio adore crianças toda e qualquer situação será nos termos dos pais. O bebê chora porque bebês choram. Parece magro aos seus olhos porque é do biotipo dele, se está gordinho bom também, tem energia e se for pra afinar logo chegará o momento engatinhando ou andando. Não dorme à noite porque sim, quando crescer dormirá. Mama só no peito porque a mãe tem muito a oferecer, admire! Toma mamadeira porque os pais e o pediatra julgaram importante, conforme-se. Usa chupeta porque tem necessidade

de sucção, ou não usa e não interessa se não pegou ou se seus pais são contra. Ainda não engatinha/anda/fala e pronto, onde está escrito que somos robôs pré-progamados para ter desenvolvimento com data? Come tudo isso ou só isso e a mãe sabe, está vendo, buscará ajuda profissional se for preciso. Não está sorrindo porque é ser humano, tem seus momentos, suas vontades; aceite que mandará beijo, fará "bichinho" e dará "tchau" quando quiser e não porque você pediu 20 vezes. Os pais sabem como acalmá-lo; não deixarão passar fome, frio ou calor; encontrarão o dente quando nascer; são capazes de fazer massagem, pedir ajuda e até medicar se for cólica, prisão de ventre ou qualquer outra enfermidade; e NÃO, este bebê não está mal acostumado, não é brabo ou mimado, ele é amado e está sendo educado por ninguém menos que seus pais, os quais são os melhores pra essa criança e estão fazendo o seu melhor.

Ana Kita

(Publicado inicialmente em nossa página no Facebook.)

#chateações