A companhia de uma filha
- Ana Kita
- 24 de out. de 2015
- 2 min de leitura

Desde a gravidez eu já não me sentia sozinha - bom, muitas vezes a carência me atingia em cheio e eu pedia colo do meu marido ou da minha mãe, mas de fato eu me sentia completa -, podia conversar sem ser sozinha, dormir à tarde e passear na rua na melhor das companhia, até no espelho nos víamos lindas. Daí minha florzinha nasceu e o que parecia bom se tornou maravilhoso! Mesmo os almoços com ela no colo ou as madrugadas cantando são hoje lembrados como momentos de prazer. Passear de sling ou carrinho com essa bebê perfeitinha atrai mais que olhares, recebo vários elogios e bênçãos. Sua cabeça sobre meu peito, acalma meu coração, renova minhas energias, estufa meu peito de amor e orgulho. Com sorte tenho uma parceira pra soneca da manhã, uma companhia sempre disposta pro shopping (já!) e pra caminhar na rua (bora se exercitar!), um ótimo motivo pra ir na verdureira, mas também pra cafés e encontros com outras mães. Mais uma pra convencer o "papai" pra um passeio no parque, ou uma visita a parentes. Ela é minha companheira pras fotos mais divertidas, pros momentos mais especiais e os mais simples, e é só o começo. Eu, que também tenho uma relação super companheira com minha mãe, já consigo imaginar a gente desenhando juntas, brincando de boneca, conhecendo lugares novos, indo no salão de cabeleireiro e fazer compras, fazendo a matrícula da faculdade, organizando seu casamento e preparando o enxoval dos meus netos. rsrsrs Sim, eu penso grande e longe. Mas também penso nas tardes de inverno debaixo da coberta, nas sessões de cinema em casa com pipoca, nas festinhas de aniversário, no zelo com os irmãos (e que eles venham! E nos completem!), nas idas a parques e pracinhas, mais tarde cinema com as amigas e lanchinho no shopping, no emprestar uma bolsa, um cachecol, o batom. Talvez um dia ataquemos um pote de sorvete, entremos juntas numa dieta, façamos outra vez academia. De certo vamos dançar na sala, cantar no carro e ler na praia. Com certeza vamos nos balançar na rede, dividir o colo do "papai" e lutar por espaço no porta-malas. Sinto-me feliz, plena e realizada... no começo de uma aventura cheia de sucesso, carinho e conversas. Coisa de mãe e filha, sentimentos que só quem vive sente a dimensão.
Ana Kita
(Postado inicialmente em nossa página no Facebook.)
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